Nesta devocional, vamos analisar a parábola do semeador. Além de ser uma das mais conhecidas, também se destaca pelo fato de Jesus explicar seu significado detalhadamente. Temos a parábola e a sua explicação.

A história é sobre um lavrador que está semeando em quatros solos distintos: a parte que caiu à beira do caminho, na pedra, no meio dos espinhos e a parte que caiu em boa terra. Na explicação de Jesus aos discípulos, descobrimos que o lavrador é o pregador da palavra (a semente), e que os solos representam grupos de pessoas que reagem de maneira diferente ao ouvirem a palavra de Deus.

Temos algo bastante intrigante aqui. Sabemos que no juízo final a humanidade será dividida em dois grandes grupos: joio e trigo, ovelhas e lobos, eleitos e réprobos. Aliás, isso é claro em muitos discursos do próprio Jesus quando, explicitamente, ensina sobre os dois caminhos: glória ou condenação eternas. Mas, curiosamente, nesta parábola, não temos dois, mas quatro grupos! O que isso significa?

Para fins de clareza, vamos relembrar cada um dos grupos: (1) aqueles que, apesar de ouvirem a palavra, Satanás rouba a mensagem do coração deles; (2) aqueles que, apesar de recebê-la com alegria, se desviam por causa das provações; (3) aqueles que, apesar de ouvirem a palavra, não amadurecem porque são distraídos pelas riquezas e deleites da vida; e, por fim, (4) aqueles que ouvem a palavra, a compreendem e frutificam com perseverança.

Não há dúvida quanto ao destino do primeiro e do quarto grupo. Respectivamente, são os ímpios e os salvos. Mas o que fazer em relação aos grupos intermediários? Apesar do aparente mistério, a parábola é bastante clara e não deixa dúvidas. Somente o quarto grupo realmente aceitou a palavra de Deus e internalizou-a no coração produzindo frutos. Assim, os três primeiros grupos exemplificam modos distintos de se rejeitar a palavra de Deus.

Meus irmãos, isso é muito sério! Jesus está nos alertando sobre o perigo da apostasia. Muitos, logo de início, rejeitarão a palavra explicitamente (como o primeiro grupo). Mas a parábola do semeador ensina que outras pessoas, mesmo recebendo a palavra de Deus com alegria, ao final, também irão rejeitá-la. Isso deve nos levar a uma postura de vigilância e humildade diante da soberania de Deus: Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia (1Coríntios 10.12).

Muitos pensam, equivocadamente, que essa parábola ensina a possibilidade de perda da salvação. Na verdade, mesmo que o perigo da apostasia seja real e, por isso, não devamos minimizá-lo, a Escritura é clara ao afirmar que aqueles que nos deixaram nunca foram nossos. Sobre os falsos mestres, diz o apóstolo João: Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos (1João 2:19).

Assim, devemos nos encontrar no quarto grupo, o daqueles que não só escutam a palavra, mas a retêm e frutificam com perseverança. O diferencial dos eleitos é que eles perseveram por meio dos frutos. O distintivo de uma relação genuína com Deus é que o seu Espírito age em nós, produzindo amadurecimento e frutos com perseverança. Deus seja louvado!

Oremos: Eterno Deus e Pai, ajuda-nos a perseverarmos na santificação, pois é o Senhor, para a sua glória, que opera em nós tanto o querer como o efetuar. Em nome de Jesus. Amém.