Desespero, doenças, morte na família, desemprego, decepção, corrupção, angústia, dor, etc. Sempre que passamos por momentos assim, nos perguntamos onde está Deus e se Ele tem alguma resposta.
O profeta Isaías nos mostra que o sofrimento do povo de Deus iria acabar, pois “O povo que andava em trevas viu grande luz” (Is 9.2). A forma que isso aconteceria aponta para o Natal, ao enfatizar a encarnação, já que “um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. Essa seria a encarnação do próprio “Deus forte” (Is 9.6)! Mas como a encarnação responde nossos sofrimentos? Vários momentos nos evangelhos falam sobre isso, dos quais podem ser destacados, pelo menos, três:
Em primeiro lugar, observamos que Lucas coloca o relato da tentação de Jesus logo após Sua genealogia. Ora, nesse evangelho, a genealogia de Cristo é traçada até Adão, o representante da raça humana (Rm 5. 12-21). Não teria Lucas, então, a intenção de mostrar que, ao se fazer homem, Jesus conheceu sofrimentos até como extrema fome (Lc 4.2) e enfrentou nossas tentações como devemos enfrentá-las? Para o teólogo Leon Morris, sim. O autor de Hebreus afirma que Cristo pode “compadecer-se das nossas fraquezas” pois “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).
Em segundo, chama a atenção o relato de João sobre a ressurreição de Lázaro. É interessante que mesmo Jesus sabendo o que faria, vemos que Ele chorou (Jo 11.35)! Olhando para o versículo 33 dessa passagem, percebemos que o Mestre se comoveu ao ver Maria chorar. A encarnação nos garante que Cristo também conhece e está conosco no momento da perda.
Por fim, a encarnação permitiu o evento de maior sofrimento da história humana: a Cruz do calvário. Ali, Cristo recebeu todas as dores e enfermidades que deveriam cair sobre nós (Is 53.4) e nos dá a certeza que chegará o momento em que “já não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21.4).
Lembremos, portanto, da verdade do Natal de que Cristo está conosco, não importa o tamanho do nosso sofrimento.